Caso Deusiane: mãe da saldado morta em quartel da PM em Manaus pede federalização do caso

  • 16/04/2024
(Foto: Reprodução)
Há nove anos sem respostas, Antônia Assunção da Silva foi ouvida pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e pediu que o caso seja levado à Justiça Federal, uma vez que parece não ter solução na justiça estadual. Deusiane foi encontrada morta com marcas de tiro Divulgação A mãe da policial militar Deusiane Pinheiro, Antônia Assunção, pediu na Câmara dos Deputados a federalização do processo que investiga a morte da jovem de 26 anos, ocorrida dentro de um um batalhão da PM em Manaus, em 2015. O crime completou 9 anos. Deusiane foi achada morta com perfuração de arma nas dependências do Pelotão Ambiental, em Manaus, no dia 1º de abril de 2015. Segundo os relatos de familiares, a policial sofria perseguição por parte de um outro agente. Em 2017, ele e outros quatro PMs foram denunciados pelo crime. Na quinta-feira (11), Antônia Assunção da Silva foi ouvida pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e pediu que o caso seja levado à Justiça Federal, uma vez que parece não ter solução na justiça estadual. "Luto por justiça há nove anos, minha filha fez nove anos que foi morta dentro do batalhão e eu peço a vocês que encaminhem esse processo para uma federalização, porque aqui no Amazonas não vai haver justiça", disse aos deputados. A mulher também pediu ajuda da comissão para uma audiência com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. "Aqui, a justiça nunca chegou. Estou há nove anos dentro de casa, porque posso ser fuzilada. Minha família pode ser fuzilada. Peço que a senhora presidente da comissão olhe com carinho e me ajude nesta situação. Me ajude a conseguir essa audiência com o ministro", explicou a mulher. O g1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) para saber o andamento do caso, e aguarda resposta. Caso De acordo com a denúncia do Ministério Público, um dos PMs e a vítima mantinham um relacionamento amoroso "conturbado, especialmente, após o denunciado reatar sua relação com uma ex-companheira, ao mesmo tempo que desejava manter a relação com a vítima". Ainda conforme a denúncia do MPE, assinada pelo promotor Edinaldo Aquino Medeiros, Deusiane e a ex do policial chegaram, inclusive, a se encontrar e foram às vias de fato. No dia do crime, o PM apontado como autor e Deusiane estavam no piso superior da base "Peixe-Boi". Outros quatro policiais estavam no piso inferior da embarcação, sendo que estes confirmaram, em depoimento, que ouviram barulhos no piso superior seguido de disparo de arma de fogo, e que imediatamente subiram a escada e encontraram o denunciado e a vítima Deusiane ferida no chão. A versão de suicídio apresentada pelo denunciado "foi corroborada pelos depoimentos dos demais denunciados, ao afirmarem que encontraram Deusiane ferida deitada no solo e com a arma ao seu lado". No entanto, conforme denúncia do promotor Medeiros, o laudo de exame em armas e munições apontou que o armamento que vitimou Deusiane teve o ferrolho alterado. Federalização de crimes A chamada federalização de crimes foi estabelecida a partir da reforma do Judiciário em 2004, por uma mudança na Constituição. Maioria dos ministros do STF valida regras para federalização de crimes Pelo mecanismo, quando ocorre um crime em que há indícios de "grave violação de direitos humanos", o procurador-geral da República pode pedir que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) faça a mudança da competência para investigação e processo penal. Esse pedido pode ser feito também quando há elementos que mostram a incapacidade dos investigadores locais de oferecer soluções efetivas para os casos. A Constituição assegura essa possibilidade com a intenção de garantir que o Brasil cumpra as obrigações a que se comprometeu ao assinar tratados de direitos humanos. Ou seja, a intenção é evitar que o país seja responsabilizado, no plano internacional, por não punir devidamente violações a estes direitos. Desde que foi criado o sistema, o STJ permitiu a federalização de um caso envolvendo o assassinato do advogado, ativista e ex-vereador Manoel Mattos, da Paraíba; e a morte do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, em Pernambuco. Houve também pedidos de federalização das investigações envolvendo os assassinatos da missionária Dorothy Stang, no Pará; e da vereadora Marielle Franco, no Rio. Mas nas duas situações, o STJ negou o pedido. Vídeos mais assistidos do Amazonas

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2024/04/16/caso-deusiane-mae-da-saldado-morta-em-quartel-da-pm-em-manaus-pede-federalizacao-do-caso.ghtml


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