Caso Miguel: Sari Corte Real processa Luana Piovani e pede R$ 50 mil por danos morais

  • 19/01/2025
(Foto: Reprodução)
Em ação, Sari diz que influenciadora violou sua 'honra e dignidade' em stories no Instagram. Ex-primeira dama de Tamandaré já foi condenada pela morte do menino, que caiu de um 9º andar em 2020. Luana Piovani é processada por Sari Corte Real, condenada pela morte do menino Miguel, de 5 anos, que caiu do 9º andar de um prédio no Centro do Recife Arte/g1 Condenada pela morte de Miguel Otávio Santana da Silva — o menino de 5 anos que caiu do 9º andar de um prédio no Centro do Recife, em 2020 —, Sari Mariana Gaspar Corte Real processou a atriz Luana Piovani por danos morais. Na ação, ela afirma que a influenciadora deu declarações que violaram "sua honra e dignidade" em vídeos publicados no Instagram e pediu o pagamento de uma indenização de R$ 50 mil. Ex-primeira dama de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco, Sari é ré na Justiça por ter deixado a criança sozinha no elevador e, depois, apertado o botão que levava à cobertura do edifício (relembre o caso abaixo). ✅ Receba as notícias do g1 PE no WhatsApp A ação tramita no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) desde 22 de novembro de 2024. No processo, a defesa de Sari Corte Real alega que Luana Piovani publicou vídeos comentando a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de suspender a ação que condenou Sari e o marido, Sérgio Hacker, a pagar uma indenização de R$ 1 milhão à família de Miguel, em setembro do ano passado. Ao receber a petição, a juíza Ana Claudia Brandão de Barros Correia, da 29ª Vara Cível da Capital, determinou que a atriz fosse intimada para se manifestar no processo. O g1 tentou entrar contato com Luana Piovani e não obteve resposta. No entanto, neste domingo (19), a influenciadora comentou sobre o processo nas redes sociais: "O mundo está acabando e ninguém me avisou?", escreveu (veja resposta abaixo). O g1 teve acesso aos três vídeos que foram anexados ao processo. Eles foram publicados no dia 18 de setembro de 2024. Em um deles, a atriz cobra do governo de Pernambuco ajuda para agilizar o processo penal contra Sari e chama o marido dela de "corrupto". "Até quando essa mulher (Mirtes Renata, a mãe de Miguel) vai ficar aqui falando que o filho dela foi assassinado por uma branca, privilegiada, rica, que o marido é um corrupto, que era prefeito de uma cidade onde nem mora e ela (Sari) agora tentando cursar medicina", declarou Luana, referindo-se às notícias de que Sari tinha sido aprovada numa faculdade particular de medicina. Em outro vídeo, que foi anexado ao processo, a influenciadora compartilhou uma publicação da mãe de Miguel e pede "cadeia para os criminosos Sari e Sérgio", marcando os perfis do presidente Lula (PT) e da primeira-dama, Janja da Silva. No terceiro story, a atriz compartilhou outro vídeo de um influenciador que comenta sobre a suspensão da indenização à família de Miguel e escreveu na legenda: "Po***, façam alguma coisa!", marcando, novamente, os perfis de Lula e Janja e as páginas do governo de Pernambuco e do Ministério Público do estado. Procurado, o advogado Danilo Heber de Oliveira Gomes, que representa Sari no processo, disse que moveu a ação para conter o que chamou de "exageros" cometidos pela influenciadora ao comentar sobre o caso nas redes sociais. "Ela já vinha dando uma sequência de declarações bem ácidas. [...] A gente não é contra, vamos dizer assim, a liberdade de expressão. Você pode divulgar, até porque é um caso nacional, então todo mundo pode comentar, mas existem, pelo menos, parâmetros mínimos", disse o advogado. Ainda de acordo com Danilo Heber de Oliveira Gomes, a influenciadora faz uma "campanha" contra Sari nas redes sociais. "Luana Piovani não é um perfil que tem mil seguidores. São cinco milhões de seguidores. Isso afeta até a segurança dela [de Sari] nos locais. [...]. A ação é basicamente, isso: para podar esses exageros que a atriz vem falando na rede social", afirmou. O que diz Luana Piovani Luana Piovani em um dos vídeos publicados no Instagram em que comenta sobre o caso Miguel, menino de 5 anos que morreu ao cair do 9º andar no Recife Reprodução/Instagram Em novo story publicado neste domingo (19), a atriz Luana Piovani compartilhou uma das notícias publicadas sobre o processo que Sari moveu contra ela e escreveu uma legenda dizendo: "O mundo está acabando e ninguém me avisou?", questionou. No story seguinte, a influenciadora se dirigiu aos seguidores e continuou comentando sobre o assunto. "Meus admiradores e pessoas de bem, vejam a que ponto chegamos... Mirtes Renata, até hoje, luta por justiça, e cadê?", escreveu na publicação. Na mensagem, a atriz também marcou o perfil do Ministério Público de Pernambuco. "A pena só diminui e ela, que já foi condenada, aguarda em liberdade. É esse o mundo que queremos viver? Não é possível que só eu me revolte! Tem mãe comigo aí? Posso contar com vocês?", afirmou Luana Piovani. Algumas horas depois, ela publicou um print do perfil de Sari Corte Real no Instagram em que ela se apresenta como "Dra. Mariana Gaspar Corte Real". "Olha, ela faz medicina. Já é doutora. Valha-me, Deus!", comentou. Relembre o caso Laudo pericial sobre a morte do menino Miguel desmente versão de Sari Corte Real Em 2 de junho de 2020, Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, caiu do 9º andar do Condomínio Pier Maurício de Nassau, no bairro de São José, no Centro da cidade; Mirtes, mãe dele, tinha descido ao térreo para passear com a cadela dos patrões, enquanto a então patroa, Sari Corte Real, responsável por cuidar do menino naquele momento, pintava as unhas com uma manicure; O garoto ficou no apartamento de Sari, localizado no 5º andar e, num determinado momento, correu até o elevador; Imagens de uma câmera de segurança mostram Sari Corte Real apertando um botão do elevador e deixando a porta fechar com o menino dentro (veja vídeo acima); Um laudo pericial concluiu que o botão que Sari apertou levava o elevador para a cobertura do edifício; O vídeo mostra, ainda, o equipamento parando no 9º andar e o garoto saindo da cabine; Perdido, Miguel caminhou até um vão onde fica o maquinário dos aparelhos de ar-condicionado e caiu no térreo, morrendo enquanto era socorrido; Sari foi presa em flagrante na época e autuada por homicídio culposo, mas pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada; Em 2021, Mirtes Renata começou a cursar direito, para entender melhor os trâmites processuais do caso do filho; Com a repercussão do caso, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) criou o Instituto Menino Miguel, voltado para discussões sobre infância, família e envelhecimento; Em 2022, em visita ao instituto, a mãe do garoto homenageou a cantora e compositora Adriana Calcanhotto, que em 2020 compôs a canção "2 de Junho" sobre a morte de Miguel; Em maio de 2022, Sari foi condenada a oito anos de prisão e seis meses de prisão por abandono de incapaz com resultado morte, porém, em novembro do ano seguinte, a pena foi reduzida a sete anos; Além do processo criminal, o casal Sari e Sérgio Hacker responde a uma ação trabalhista por convocar as ex-funcionárias Mirtes Renata Santana e Maria Marta, mãe e avó de Miguel, para trabalhar durante a pandemia e por pagar os salários delas com dinheiro da prefeitura de Tamandaré; O processo, que condenou o casal a pagar uma indenização de R$ 1 milhão à família do menino, foi suspenso pelo STJ em setembro de 2024; A família do menino também entrou com uma ação cível contra Sari por danos morais, pedindo uma indenização de R$ 1 milhão; Em maio de 2023, um abaixo-assinado com quase 2,8 milhões de assinaturas pediu celeridade no julgamento sobre o caso; No mês seguinte, Sari Corte Real se matriculou no curso de medicina numa faculdade particular; A defesa de Sari recorreu em todos os processos movidos contra ela, que segue em liberdade quase cinco anos após a morte de Miguel. 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FONTE: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2025/01/19/caso-miguel-sari-corte-real-processa-luana-piovani-e-pede-r-50-mil-por-danos-morais.ghtml


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